Natural do Rio de Janeiro, e radicado no Paraná, Rafael Carvalho ganhou o mundo ao conquistar há alguns anos o cinturão peso-médio do Bellator. Primeiro brasileiro a realizar tal feito dentro da organização, o atleta não perdeu nenhum detalhe do confronto entre Jan Błachowicz x Israel Adesanya, válido pelo cinturão dos meio-pesados do UFC. O nigeriano, que após vencer Paulo Borrachinha decidiu tentar o segundo cinturão do Ultimate, acabou tendo os planos frustrados pelo polonês em um duelo que segundo Rafael, foi decidido pela questão física dos atletas de categorias distintas:
— Acredito que ele queria apenas se testar, até porque a condição física contou muito, principalmente na hora que o Jan buscou a luta de solo. Foi uma luta muito perigosa, acho que se ele tivesse mais força, mas potência nos golpes, poderia ter nocauteado o Blachowicz, mas a questão física fez muita diferença, ele é mais habilidoso? Claro, óbvio, porque ele subiu com a agilidade de um 84 para outra categoria, mas o físico acabou fazendo diferença — analisou Rafael.
O brasileiro passou pelo mesmo processo que o atual campeão peso-médio do UFC, após conquistar o cinturão até 84kg do Bellator em 2015, o atleta defendeu o mesmo por 3 oportunidades consecutivas, e posteriormente decidiu fazer a transição para os meio-pesados. Na nova categoria, Rafael ainda não conseguiu mostrar o melhor do seu potencial, segundo o próprio lutador, a perda de velocidade na nova categoria tem prejudicado o seu desempenho dentro do cage, assim como aconteceu com Adesanya:
— Como disse, a questão física foi o que mais me impactou, eu mesmo passei processo, subi de categoria, e confesso que perdi muito da minha habilidade e agilidade. Ao mesmo tempo que você ganha uma, perde outra, ou seja, ganhei peso, potência, mas perdi velocidade nos golpes, é uma via de mão dupla — afirmou o atleta que faz parte da American Top Team.
Aos 34 anos, Rafael Carvalho busca mostrar que ainda tem muita lenha para queimar no MMA, seja lutando na divisão dos meio-pesados, ou na dos médios, onde ganhou destaque mundial. Atualmente sem contrato, depois que deixou o Bellator, Rafael agora analisa as propostas que tem em mãos para seguir a sua trajetória em algum outro evento de ponta. Aproveitando o atual momento para “afiar as armas”, o atleta promete voltar ainda mais forte:
— Estou treinando bastante, corrigindo tudo mesmo, para mim está sendo importante ficar sem lutar no momento porque consigo abrir mais o leque, corrigir mais coisas. É importante aproveitar esse tempo para aprimorar as técnicas, está sendo difícil, mas acredito que esteja sendo vantajoso, vou voltar com tudo quando tiver oportunidade! — finalizou o carioca.
Somando 16 vitórias em 21 confrontos, 7 delas no palco do Bellator, o atleta da American Top Team tem na trocação a sua principal arma. Além do cartel de respeito, e dos 12 nocautes anotados, Rafael soma lutas marcantes na carreira contra Chidi Njokuani, Lyoto Machida e Melvin Manhoef
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