A pobreza menstrual é um dos assuntos que ganhou destaque nos últimos anos. O termo se dá pela falta de condições de pessoas que menstruam para manter a saúde menstrual em dia. A vulnerabilidade socioeconômica, que inviabiliza a compra de absorventes descartáveis ou calcinhas sustentáveis, por exemplo, é um dos principais fatores que levam à pobreza menstrual.
De acordo com um relatório da Unesco, jovens de até 17 anos são as mais propensas a sofrerem com a pobreza menstrual, quando comparado a mulheres adultas. Apesar dos fatores socioeconômicos e de vulnerabilidade, a falta de informação também contribui para esse agravante. Pensando nisso, a Associação Mempodera e o Comitê Olímpico Brasileiro (COB) distribuíram cerca de 2000 mil exemplares da cartilha “Mempodera e Saúde Menstrual”, nos Jogos da Juventude. Os informativos foram produzidos em parceria com a UNIPAR, o conteúdo desenvolvido pela Dra. Tathiana Parmigiano, especialista em Ginecologia Esportiva.
“Infelizmente, nem todo mundo tem acesso a itens de higiene, e a pobreza menstrual é uma realidade. Mas eu acho que a informação sempre vai empoderar as mulheres para que elas se conheçam, para que elas se unam e para que elas busquem o melhor para a saúde delas. O que a gente fez em relação a essas meninas, elas vão levar para o resto da vida delas, mas também para o hoje, onde é o ambiente de vida delas, que é numa quadra, numa piscina, num dojô e em todos os lugares onde o esporte feminino está ganhando seu espaço”, destaca Tathiana.
Ideia da cartilha surgiu observando a realidade
A cartilha já foi distribuída em outras oportunidades, e a ideia de criação surgiu durante a pandemia de Covid-19, quando a equipe da Mempodera percebeu que os absorventes não eram itens comuns nas doações. Ao pesquisarem e entenderem a realidade das jovens do projeto, viu-se a necessidade de olhar a questão da pobreza menstrual, e então a associação se inscreveu num edital da UNIPAR, voltado a mitigar os danos da Covid nas comunidades de Cubatão (SP) e que vivem ao redor das fábricas.
“É um projeto com uma imensa importância, pois falar de menstruação saudável e acessível, é falar de mobilidade social e urbana de meninas e mulheres. Além de aumentar o conhecimento sobre o próprio corpo e oferecer uma saúde menstrual digna para todas”, explica Aline Silva, fundadora da Mempodera.
Esporadicamente, a Mempodera realiza ações de combate a pobreza menstrual com as meninas do projeto e suas famílias. Nas ocasiões, além de rodas de conversa, é realizada a distribuição de calcinhas absorventes sustentáveis. As atividades acontecem com as comunidades de Cubatão (SP) e São Luís (MA), atendidas pelo projeto e que, em sua grande maioria, são compostas por pessoas em situação de vulnerabilidade social.
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