Faltam seis meses: atletas paralímpicos se concentram para conquistar vagas para Paris

Praticamente seis meses separam centenas de atletas brasileiros dos Jogos Paralímpicos de Paris, que serão realizados entre os dias 26 de agosto e 8 de setembro deste ano. E o Brasil vem com expectativa alta para manter o bom desempenho das últimas edições. A delegação conquistou 72 medalhas nos anos de 2021, mesmo número de 2016, alcançando a oitava e sétima colocação no quadro geral de medalhas, respectivamente. Além disso, a motivação gerada pela primeira colocação no quadro de medalhas dos Jogos Parapanamericanos de Santiago 2023 é grande. Mas muitos atletas ainda precisam conquistar vagas na competição de Paris nos próximos meses.

Um desses atletas é Vinícius Rodrigues, que participou do Big Brother Brasil 24 em janeiro e já está de volta às pistas. Após sair do programa, os treinamentos do velocista estão a todo vapor para garantir uma vaga nas Paralimpíadas. O velocista compete na classe T63, para pessoas com amputação de membros inferiores acima do joelho, na qual foi medalhista de prata nos jogos de Tóquio, realizados em 2021.

“Eu treino quase cinco horas por dia, de segunda-feira a sábado. Os treinamentos envolvem pista, fisioterapia, academia, fortalecimento e treinos educativos de corrida. Tudo é intercalado com duas sessões por dia. Por exemplo: em um dia eu treino pista e faço fisioterapia, e em outro academia e também fisioterapia, um complementando o outro com treinos de abdome e técnicas de corrida e saltos”, explica o atleta.


E para quem pensa que os treinos começaram somente com a saída de Vinícius do BBB24 se engana. O atleta está com foco em Paris desde novembro de 2023. Em março deste ano, Vinícius começa um dos próximos desafios antes das Paralimpíadas: a seletiva nacional para os jogos de Paris no atletismo. “O desafio é ficar o mais rápido possível em forma. Mas estou acostumado com isso e confiante sempre. Afinal, sempre sou eu quem tenho que acreditar mais em tudo”, afirma.

Em busca da medalha inédita

A Seleção Brasileira de Rugby em Cadeira de Rodas está em evolução e espera, pela primeira vez, conquistar uma vaga nas Paralimpíadas. Apesar de ter participado da edição de 2016, no Rio de Janeiro, na ocasião o time esteve nos jogos por fazer parte do país-sede. O atleta Lucas Junqueira, que compõe a equipe, está confiante. O time subiu ao pódio em uma edição do ParaPan, em Santiago 2023, pela primeira vez, com a medalha de bronze.

“É uma meta que estava há muito tempo sendo almejada. Isso nos dá visibilidade, e também pode trazer mais incentivo e reconhecimento”, afirma. Lucas comenta ainda que o esporte está em evolução desde que o técnico Benoit Labrecque assumiu o comando em fevereiro do ano passado. Além da medalha em Santiago, a equipe também conquistou o título do Campeonato Sulamericano e de um torneio quadrangular na Alemanha como preparatório da competição no Chile.

Para atingir o objetivo de estar em Paris, Lucas e os demais atletas têm um treino puxado. Assim como Vinicius, Lucas dedica cinco horas por dia ao esporte. “É um treino bastante completo, e não acontece só na quadra: preciso fazer um trabalho de condicionamento físico, musculação, alimentação, acompanhamento do nutricionista e na questão psicológica. Somos atletas de alto rendimento. No esporte não interessa quem você é, se tem deficiência ou não. Você vai ser cobrado por resultados, porque o objetivo é ser campeão”, analisa. A seleção brasileira vai participar de um evento qualificatório na Nova Zelândia também em março em busca de uma vaga em Paris. Oito países vão disputar três vagas para as Paralimpíadas.

Equipamento de ponta para campeões

Disputar os Jogos Paralímpicos depende de muita dedicação e também de tecnologia avançada para os atletas. Isso porque muitos deles dependem de cadeiras de rodas e próteses para alcançar seus índices e conquistar a vaga para Paris e, posteriormente, as medalhas. Vinicius, por exemplo, usa três próteses, conforme o treinamento de cada dia e a competição a ser disputada. Os equipamentos são desenvolvidos e fornecidos pela Ottobock, empresa alemã que atua também no Brasil. É a mesma empresa que produz e fornece a cadeira de rodas de Lucas para o Rugby.

O diretor de Academy na América Latina da Ottobock, Thomas Pfleghar, explica que os equipamentos são pensados de forma personalizada, para que possam atender às demandas dos atletas. “A escolha da prótese ou de uma cadeira de rodas, no caso do Vinicius e do Lucas, por exemplo, é feita após uma avaliação global da rotina esportiva e das atividades físicas que o atleta exerce. Compreendendo esse contexto, a equipe responsável decide qual o melhor equipamento para o competidor usar e ter seus melhores índices”, explica.

Além do desenvolvimento das próteses, o acompanhamento que os atletas recebem é importante para a manutenção dos equipamentos e possíveis ajustes, com auxílio de uma equipe multiprofissional. A Ottobock, por exemplo, oferece uma rede de clínicas para que pessoas que utilizam os componentes possam realizar revisões. “Como cada equipamento possui uma especificidade, é importante estar atento à manutenção. Oferecer essa assistência faz parte também do processo de treinamento e conquista de medalhas. Entendemos que assim os atletas têm um suporte robusto para seus objetivos”, afirma o diretor.

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