Faixa-preta de Jiu-Jitsu ajuda crianças para retribuir "milagre" de seguir no esporte

Imagine um atleta de alto rendimento sofrer um grave acidente, correr o risco de nunca mais poder mexer as pernas, mas dar a volta por cima e seguir no esporte? Pois bem, essa é a história de Rafael Negretty, lutador de MMA e faixa-preta da academia lendário Zé Mario Sperry, que agora busca retribuir ao esporte a benção que teve em poder se manter em ação. Em 2022, o competidor fez duas apresentações no MMA, com um triunfo e um revés.

Em 2013, Negretty sofreu um grave acidente de moto e quase ficou paraplégico, com lesões sérias nas vértebras torácicas e lombares. Após ter uma chance de andar de muletas de apenas 8% e ficar cerca de um ano em cima de uma cama, o atleta foi obrigado a reaprender a andar. Depois de uma recuperação milagrosa e ter a liberação dos médicos para poder voltar a competir, Rafael agora tem seu foco em ajudar crianças, com uma espécie de recompensa pela sua segunda chance no esporte.

“Agora eu faço seminários beneficentes pelo Brasil. Minha única cobrança é as despesas com passagem e hotel, além de fazer cada aluno levar brinquedo para crianças. É uma forma de agradecer por ter conseguido dar a volta por cima. O importante é ter muita persistência e, se tiver 1% de chance que for, tem que se agarrar nessa possibilidade”, disse.

Rafael Negretty integra um grupo escasso de pessoas que sofrem acidentes gravíssimos e conseguem dar a volta por cima na vida. Além de limitações físicas, a cabeça, com pensamentos negativos, é um inimigo nessas horas. Portanto, o lutador tem dado diversas palestras com o objetivo de inspirar quem passou por situações como a dele e para não deixarem de acreditar que é possível ver uma luz no fim do túnel.

“Quero inspirar as pessoas de que, tendo alguma chance, é possível reverter sim. A primeira coisa é ter fé, e ver o sofrimento das pessoas ao seu redor também te impulsiona. Por isso, eu quero divulgar ainda mais a minha história para motivar as pessoas. Muita gente tem acidente e fica de cadeiras de rodas, mas voltar a andar e ainda lutar profissionalmente, são raras”, completou. 

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