Especialista celebra valorização financeira dos lutadores de Jiu-Jitsu: "Indústria gigante"

Um dos esportes mais populares no Brasil, o Jiu-Jitsu atualmente tem se encontrado em um outro estágio no mundo, não só dentro do quimono, mas além dele. Se antes os lutadores precisavam encontrar diversas maneiras de se manter financeiramente sem contar com as competições, o cenário agora é outro. Quem destaca a nova fase da arte suave é Vitor Freitas, especialista na modalidade e jornalista do VF Comunica.

“O Jiu-Jitsu de hoje é uma indústria dez vezes maior do que quando começou. Nos anos 2000, diversos atletas preferiram começar a estudar, fazer faculdade e ter um emprego normal. Naquela época, não dava para projetar muito aonde o esporte chegaria, a maioria dos eventos eram feitos no Brasil, tinham um ou outro fora, como o ADCC. Nos tempos atuais, os atletas novos já conseguem projetar uma carreira longa e monetizada no esporte. Tem atletas renomados que hoje vivem somente da bolsa de luta, patrocinadores, e não pensam em abrir academia tão cedo. Hoje você pode escolher entre ser atleta e viver disso, ou abrir uma academia, viver viajando e ministrando seminário. São inúmeras oportunidades para quem trabalha certo e se dedica”, festejou Vitor, atuante na cobertura jornalística do Jiu-Jitsu há 13 anos.

Uma das saídas naturais para os lutadores de Jiu-Jitsu no início dos anos 2000 era a migração para o MMA. Os campeões mundiais da arte suave não pensavam duas vezes em sair do esporte para se aventurar em outras modalidades em busca de uma maior bolsa e independência financeira. No entanto, como destacou Vitor, o mundo mudou. O investimento no Jiu-Jitsu agora é outro e esse êxodo não acontece com tanta facilidade.

“Hoje é possível ganhar mais do que atleta do UFC sem precisar tomar soco na cara. Eventos como ADXC, de Abu Dhabi, BJJ Stars, ONE, AJP, WNO, eventos profissionais da IBJJF são grandes influenciadores desse novo Jiu-Jitsu. Eles pagam boas bolsas e premiações que permitem o atleta dedicar todo seu tempo para ser atleta. O atleta que também sabe trabalhar bem sua imagem fatura muito, pois essas plataformas impulsionam bastante a carreira deles. O Jiu-Jitsu está em uma escala profissional bem alta, o futuro será brilhante para toda comunidade”, destacou o jornalista, que também comanda o canal “Vitor Freitas Comunica”, no Youtube.

Uma grande influência para essa mudança de visão do Jiu-Jitsu é a postura de certos competidores. Se no MMA o “trash talk” é algo natural, no Jiu-Jitsu não era comum e visto como um desrespeito ao rival. No entanto, para atrair novas mídias e patrocinadores, os lutadores da arte suave precisaram mudar seus pensamentos no embalo do sucesso de Gordon Ryan, um expoente desta atitude no grappling.

O trash talk é uma ferramenta que traz muita audiência. Gordon Ryan cresceu em números por essa forma de se promover, aliado a sua performance e resultados. O trash talk anda aliado com resultados, pois não adianta você falar, falar e não fazer nada. Mas não tem somente o trash talk para se promover, existem outros caminhos. Nicholas (Meregali) e Gordon sabem como trazer audiência para suas lutas, sabem engajar, e por isso estão faturando alto em suas lutas. Quando falamos de show business, eventos profissionais, entende-se que o atleta é pago para promover e lutar. É parte do trabalho dele promover sua luta, sua imagem. O atleta que se destaca nessa parte surfa uma onda gigante de oportunidades sozinho”, completou Vitor.

* Vitor Freitas é formado em jornalismo e tem na bagagem experiências de cobrir eventos como o Campeonato Europeu, em Lisboa, Portugal, o maior torneio de Jiu-Jitsu da Europa, Campeonato Brasileiro, edições do BJJ Stars e BJJ Bet, e ADXC em Abu Dhabi. Vitor também já foi colaborador da Flograppling, revista TATAME e estagiário da GRACIEMAG.

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