Segundo o Ministério da Saúde, os sinais do desenvolvimento neurológico das crianças podem ser notados ainda nos primeiros meses de vida com o diagnóstico estabelecido por volta dos 2 ou 3 anos de idade. Ao perceber quaisquer alterações, os pais devem buscar orientação médica porque quanto mais cedo iniciarem um tratamento, mais qualidade de vida as crianças podem ter através de procedimentos multidisciplinares, que desenvolvam estímulos para a sua independência, envolvendo psicólogos, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais, psicopedagogos, nutricionistas e atividades esportivas.
E é aí que a prática do Krav Magá pode ajudar: “Como a arte envolve contato físico, as crianças autistas vão aos poucos vencendo essa barreira pessoal que possuem. As aulas coletivas são muito importantes no sentido da socialização, os alunos demonstram excelentes resultados na criação de vínculos”, explica Avigdor Zalmon, presidente da Federação Internacional de Krav Magá e introdutor da arte no estado de São Paulo.
O Transtorno do Espectro Autista (ou TEA) também interfere na capacidade de comunicação e na linguagem das crianças e através das aulas de Krav Magá, elas ganham autoconfiança e, aos poucos, conseguem se comunicar melhor, sentem-se mais seguras e vão se aproximando dos outros alunos com notável melhora. “Na realidade – e isso que é mais legal – é um caminho de duplo sentido, porque os alunos entendem as dificuldades do autista, interagem com ele e ajudam nessa integração, então todos ganham”, conta Avigdor.
O dia 2 de abril é uma data dedicada à conscientização. A denominação “Abril Azul” é porque a prevalência do autismo é sobre o sexo masculino: para cada diagnóstico em 1 menina, 4 são dados em meninos.
Os treinos de Krav Magá são recomendados a partir dos 7 anos: “Claro que cada criança é única e tem as suas características, mas por volta dos 7 anos, ela já consegue se sentir melhor no ambiente, então os benefícios são maiores. Não adianta forçar nada, a criança precisa estar preparada para o convívio e então o treino, de forma lúdica, vai auxiliar em seu desenvolvimento”, pondera Avigdor.
“É muito gratificante ver o progresso das crianças, tanto na questão pessoal, quanto na questão social. Há uma melhora significativa na capacidade física e motora, na autoconfiança e na comunicação com os demais alunos. Todos trabalham juntos e a turma vira uma grande família. É uma enorme satisfação saber que podemos ajudar e contribuir nessa integração social”, finaliza.
O Transtorno do Espectro Autista (ou TEA) não tem cura, mas o diagnóstico precoce aliado ao tratamento adequado permite que a criança se desenvolva, conquiste sua independência e tenha mais qualidade de vida.
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